sábado, 9 de julho de 2016

Vasquinho renasce como novo time de basquete masculino

O Esporte Clube Vasco da Gama voltou e dessa vez não entrará em campo algum, muito menos utilizará meiões e chuteiras. A bola ainda será a protagonista, porém com aspecto e função diferentes. O cruzmaltino, que entre as décadas de 50 e 70 levou o nome de Americana no futebol, agora é o mais novo time de basquete masculino da Princesa Tecelã. O anúncio foi feito na semana passada pelo presidente da agremiação, Anderson Cantarelli, e a oficialização deve ocorrer nesta semana.


Cantarelli é a peça principal da ideia de resgatar o Vasquinho. Segundo ele, a volta do Vasco da Gama do Rio de Janeiro ao basquete masculino – no ano que vem disputará a principal liga nacional da modalidade, o NBB –, bem como a intenção de homenagear o antigo time de futebol que nasceu próximo ao seu bairro de residência, Conserva, foram fatores que motivaram a reativar o Vasquinho.

“Há um certo tempo tenho um projeto social de basquete em Americana e, recentemente, me uni a outros dois grupos de jogadores e tivemos a ideia de recriar o antigo Vasquinho. Será o mesmo logo, o mesmo nome e, se possível, o mesmo registro”, conta Cantarelli.

Para Anderson, a volta do Dragão – mascote do clube – chega para reafirmar a memória de Americana: “O Vasquinho já estava esquecido e fez parte da história da cidade, esta transformação do meu projeto social vem para homenagear e resgatar o time.”

Inicialmente, o EC Vasco da Gama Basketball não terá time profissional da modalidade, apenas um projeto de jovens atletas, ou seja, categorias de base. Entretanto, o presidente vascaíno não descarta a possibilidade do time se profissionalizar e representar a Princesa Tecelã nas ligas masculinas: “O sonho é este (se profissionalizar), mas só se conseguirmos bons patrocinadores e investidores.”

O VASCO
O Esporte Clube Vasco da Gama nasceu em meados de 1950 como um time de futebol do bairro da Conserva e para rivalizar com o já existente Flamengo Futebol Clube. Em 7 de fevereiro de 1958, o Vasquinho teve seu registro oficializado na Federação Paulista de Futebol e, por este motivo, é considerada a data de fundação do clube.

Até 1965, o Dragão da Conserva disputou apenas campeonatos amadores de Americana, inclusive fundando a Liga Americanense de Futebol. Com a desativação do futebol do Rio Branco em 1959, Vasquinho, Flamengo e Canto do Rio passaram a ser os principais times da cidade.

Em 1966, com o título no ano anterior do amador de Americana, o Vasco resolveu se aventurar no profissionalismo. Foi assim que a equipe entrou de vez nos campeonatos da Federação Paulista de Futebol, inicialmente na quarta divisão estadual.

O ponto alto da história vascaína aconteceu em 20 de abril de 1969, quando se sagrou campeã da Segunda Divisão de 1968 (atual Série A-3). Em final que aconteceu no Alfredo Castilho, em Bauru, contra o Municipal de Paraguaçu Paulista, Tuti e Martins marcaram os tentos da vitória por 2 a 0 que deu o título ao Dragão.

De 1969 a 1975, o Vasco militou na segunda divisão estadual, estando a um passo da elite do futebol paulista. Porém, sentindo a falta de estrutura, sequer chegou, efetivamente, a brigar por acesso.

Em 8 de fevereiro de 1976, em assembleia realizada na sede do EC Vasco da Gama, foi aprovado a troca de nome do cruzmaltino para Americana Esporte Clube, o AEC (lê-se aéqui). A motivação da mudança foi para atrair investidores da cidade, uma vez que o Vasco passava por graves problemas financeiros.

Ainda sem sentir os efeitos da mudança de nome, o presidente do Americana, Nelson Bellan, expôs ao presidente do Rio Branco Esporte Clube, Délcio Dollo, a difícil situação financeira do alvi-anil e propôs uma fusão não-incorporada. A fusão foi concretizada em 17 de abril de 1979 em assembleia geral no Rio Branco, com o acordo de venda de 200 cadeiras cativas do estádio Décio Vitta para arcar com as despesas com o futebol, bem como o arresto de CR$402 mil em dívidas pelo Tigre acumuladas ao longo da história do AEC. Ademais, o alvinegro ganhou o direito de disputar a segunda divisão paulista daquele ano. 

IMPASSE NO REGISTRO
Por conta da fusão realizada em 1979, Anderson Cantarelli enfrenta algumas dificuldades quanto ao registro do Esporte Clube Vasco da Gama. A intenção é utilizar o mesmo registro vascaíno da década de 70, sendo, então, o mesmo clube de forma jurídica.
Contudo, a expectativa é de que o CNPJ do antigo Vasquinho tenha sido cancelado ou pertença, hoje, ao Rio Branco, o que forçaria Cantarelli a fazer um novo notário. O presidente estuda a situação e, por conta deste motivo, a oficialização da volta do Esporte Clube Vasco da Gama deve ocorrer nesta semana.

EM NOVA ODESSA, A VOLTA DEFINITIVA
O próprio mandatário Cantarelli tratou de anunciar o primeiro jogo da volta do Dragão: “Nosso Vasquinho, com uniforme e tudo mais, vai estrear dia 30 de julho, em Nova Odessa. Será o Sub-17 com os atletas remanescentes do meu antigo projeto social.”
Pelo menos de início, os jogos deverão acontecer na cidade de Nova Odessa. Não há expectativa para o primeiro jogo na Princesa Tecelã. 

Texto: Gabriel Pitor Oliveira
Fotos: Divulgação

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