O Esporte Clube Vasco da Gama voltou e dessa vez não
entrará em campo algum, muito menos utilizará meiões e chuteiras. A bola ainda
será a protagonista, porém com aspecto e função diferentes. O cruzmaltino, que entre
as décadas de 50 e 70 levou o nome de Americana no futebol, agora é o mais novo
time de basquete masculino da Princesa Tecelã. O anúncio foi feito na semana
passada pelo presidente da agremiação, Anderson Cantarelli, e a oficialização
deve ocorrer nesta semana.
Cantarelli é a peça principal da ideia de resgatar o
Vasquinho. Segundo ele, a volta do Vasco da Gama do Rio de Janeiro ao basquete
masculino – no ano que vem disputará a principal liga nacional da modalidade, o
NBB –, bem como a intenção de homenagear o antigo time de futebol que nasceu
próximo ao seu bairro de residência, Conserva, foram fatores que motivaram a
reativar o Vasquinho.
“Há um certo tempo tenho um projeto social de basquete em
Americana e, recentemente, me uni a outros dois grupos de jogadores e tivemos a
ideia de recriar o antigo Vasquinho. Será o mesmo logo, o mesmo nome e, se
possível, o mesmo registro”, conta Cantarelli.
Para Anderson, a volta do Dragão – mascote do clube – chega
para reafirmar a memória de Americana: “O Vasquinho já estava esquecido e fez
parte da história da cidade, esta transformação do meu projeto social vem para
homenagear e resgatar o time.”
Inicialmente, o EC Vasco da Gama Basketball não terá time
profissional da modalidade, apenas um projeto de jovens atletas, ou seja,
categorias de base. Entretanto, o presidente vascaíno não descarta a
possibilidade do time se profissionalizar e representar a Princesa Tecelã nas
ligas masculinas: “O sonho é este (se profissionalizar), mas só se conseguirmos
bons patrocinadores e investidores.”
O
VASCO
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy1_1OPZa6z34djgRxuOOzvU9rm-HXOgHc0Rl8kRLUOOIfexswfiq-b8KccmyeH27vURQp2kMKdwNYrumTHtwK2mgAifEeNbqjslV0OA29uiGzOFTW6BbiddkP8PzNU3T41Ph8MqSz8lE/s320/13608194_1035751446490142_1265187917_n.png)
Até 1965, o Dragão da Conserva
disputou apenas campeonatos amadores de Americana, inclusive fundando a Liga
Americanense de Futebol. Com a desativação do futebol do Rio Branco em 1959,
Vasquinho, Flamengo e Canto do Rio passaram a ser os principais times da
cidade.
Em 1966, com o título no ano
anterior do amador de Americana, o Vasco resolveu se aventurar no
profissionalismo. Foi assim que a equipe entrou de vez nos campeonatos da
Federação Paulista de Futebol, inicialmente na quarta divisão estadual.
O ponto alto da história vascaína
aconteceu em 20 de abril de 1969, quando se sagrou campeã da Segunda Divisão de
1968 (atual Série A-3). Em final que aconteceu no Alfredo Castilho, em Bauru,
contra o Municipal de Paraguaçu Paulista, Tuti e Martins marcaram os tentos da
vitória por 2 a 0 que deu o título ao Dragão.
De 1969 a 1975, o Vasco militou na
segunda divisão estadual, estando a um passo da elite do futebol paulista.
Porém, sentindo a falta de estrutura, sequer chegou, efetivamente, a brigar por
acesso.
Em 8 de fevereiro de 1976, em
assembleia realizada na sede do EC Vasco da Gama, foi aprovado a troca de nome
do cruzmaltino para Americana Esporte Clube, o AEC (lê-se aéqui). A motivação
da mudança foi para atrair investidores da cidade, uma vez que o Vasco passava
por graves problemas financeiros.
Ainda sem sentir os efeitos da
mudança de nome, o presidente do Americana, Nelson Bellan, expôs ao presidente
do Rio Branco Esporte Clube, Délcio Dollo, a difícil situação financeira do
alvi-anil e propôs uma fusão não-incorporada. A fusão foi concretizada em 17 de
abril de 1979 em assembleia geral no Rio Branco, com o acordo de venda de 200
cadeiras cativas do estádio Décio Vitta para arcar com as despesas com o
futebol, bem como o arresto de CR$402 mil em dívidas pelo Tigre acumuladas ao
longo da história do AEC. Ademais, o alvinegro ganhou o direito de disputar a
segunda divisão paulista daquele ano.
IMPASSE
NO REGISTRO
Por conta da fusão realizada em
1979, Anderson Cantarelli enfrenta algumas dificuldades quanto ao registro do
Esporte Clube Vasco da Gama. A intenção é utilizar o mesmo registro vascaíno da
década de 70, sendo, então, o mesmo clube de forma jurídica.
Contudo, a expectativa é de que o
CNPJ do antigo Vasquinho tenha sido cancelado ou pertença, hoje, ao Rio Branco,
o que forçaria Cantarelli a fazer um novo notário. O presidente estuda a
situação e, por conta deste motivo, a oficialização da volta do Esporte Clube
Vasco da Gama deve ocorrer nesta semana.
EM
NOVA ODESSA, A VOLTA DEFINITIVA
O próprio mandatário Cantarelli
tratou de anunciar o primeiro jogo da volta do Dragão: “Nosso Vasquinho, com
uniforme e tudo mais, vai estrear dia 30 de julho, em Nova Odessa. Será o
Sub-17 com os atletas remanescentes do meu antigo projeto social.”
Pelo menos de início, os jogos
deverão acontecer na cidade de Nova Odessa. Não há expectativa para o primeiro
jogo na Princesa Tecelã.
Texto: Gabriel Pitor Oliveira
Fotos: Divulgação
Nenhum comentário:
Postar um comentário